Mapeamento Tecnológico do Cimento 2050
O debate sobre mudanças climáticas é questão importante para a indústria de cimento, uma vez que a emissão de CO2 é inerente ao seu processo de produção. Conhecer a projeção de emissões setoriais a médio e longo prazo e seu respectivo potencial de redução é essencial para avançar na direção de uma economia de baixo carbono.
Mas o Mapeamento Tecnológico do Cimento é apenas uma das iniciativas da indústria em defesa do meio ambiente. Ao seu lado está a adoção do coprocessamento de resíduos industriais, que contribui para preservar recursos não renováveis, reduzir o impacto ambiental das áreas de disposição de resíduos e diminuir o passivo ambiental dos aterros.
Roadmap Brazil
Atentos a isso, a ABCP e o SNIC propuseram o desenvolvimento do Projeto Cement Technology Road Map Brazil 2050 em parceria com a Agência Internacional de Energia (IEA) e a Cement Sustainability Initiative (CSI), do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD). Assim, a indústria brasileira de cimento iniciou em fins de 2014 um roteiro com o desafio de encontrar soluções para reduzir ainda mais as emissões de dióxido de carbono, que já são as mais baixas do mundo.
No caso particular da indústria brasileira de cimento, a combinação de várias ações, algumas iniciadas há décadas, outras mais recentemente, ajudou a posicionar o setor brasileiro de cimento entre os mais eficazes em termos e emissão de CO2por tonelada de cimento produzido, de acordo com a CSI.
O objetivo do estudo abordado pelo Roadmap é traçar a projeção do total das emissões provenientes da produção de cimento, identificando as principais alternativas para reduzir essas emissões e minimizar o impacto do setor nas mudanças climáticas. As propostas de alternativas de redução que estão em andamento são focadas em quatro pilares:
- eficiência energética
- combustíveis alternativos
- substitutos de clínquer
- captura e armazenamento de carbono
Os estudos estão sendo preparados por uma equipe de renomados especialistas das principais universidades e centros técnicos no Brasil, proporcionando, além do conhecimento internacional, uma visão geral das características, limitações e potencialidades locais. Para cada uma das quatro propostas estão sendo considerados:
- ► Cenário atual das alternativas: investigação das principais alternativas de redução, sua disponibilidade, disposição geográfica etc.
- ► Cenário futuro das alternativas: projeção de crescimento potencial e disposição geográfica destas principais alternativas e estimativa das emissões evitadas etc.
- ► Inovação: perspectivas de novas alternativas de redução e inovações tecnológicas em relação às já existentes.
- ► Barreiras: principais barreiras (geográficas, técnicas, econômicas, legais, sociais, políticas etc.) que possam limitar o crescimento das alternativas abordadas.
- ► Recomendações: desenvolvimento de série de recomendações para todas as partes interessadas (indústria, governo, academia, sociedade), para ajudar a superar as barreiras acima e fomentar essas alternativas.
Os resultados e conclusões dos documentos técnicos estão previstos para 2019, juntamente com os modelos de projeção e redução de emissões, executados por especialistas da IEA.